A Cripta dos Usurpadores

Deixar o livro sobre a cultura local pode ter sido o último bom ato de Macallael, ou não, a cultura dos Strigoi trouxe uma perspectiva não abordada por Yelena. A necromante segue determinada para o centro de Valáquia.

Nádia, a guia da excursão, ela se mostrou bem cética e de fato tem motivos para isso. Deve ter estudado os detalhes, investigado pistas e nunca encontrou nada, pode ser daí que fortaleceu essa falta de vontade em aceitar o mundo das trevas.

O caminho até o centro passa por Bellum, e uma multidão se aglomera, as pessoas passam segurando um objeto na mão, todos parecem ter um, eles apontam para si enquanto conversam com o objeto. A entrada está tomada por pessoas e facilmente se detecta a razão da agitação.

Um fantasma, uma aparição, um espírito, um strigoi, um vampiro, uma bruxa, um lobisomem, etc. Estamos em Valáquia, com um pouco de tudo isso por aqui, assim segue o consentimento geral. E por mais que não seja, de fato, mentira, ninguém parece se preocupar com o perigo eminente em cruzar com algo tão incrivelmente poderoso, isso incomoda Yelena profundamente.

Uma garota passa ao seu lado Yelena, ela está um pouco distante e vem se aproximando devagar, não carrega aquele objeto como os outros, e suas roupas lembram as suas. Ela se aproxima mais, mas não o bastante para sair da sombra de um salgueiro antigo e com poucas folhas que se encontra na porta do Cemitério Bellum.

— Suas roupas, elas são lindas, eu não pensei que alguém ainda se vestisse assim, e você é tão linda menina, não tenha medo, venha mais perto e vamos ser amigas!

*OFF-GAME* Nenhuma jogada de dados nessa cena.

Faço um gesto, me curvo fazendo reverência um ensinamento de minha mãe de quando era mortal. Olho para ela, examino suas características e esboço um leve sorriso.

- Vejo que tem um gosto peculiar suas roupas são tão belas quanto as minha, noto que nunca nos encontramos em neste Vilarejo, és uma viajante?

"Será ela também uma vampira arcaica, presa ao passado que nem eu, com a morte de Nicolae o cemitério ficou em cheque?", pensamentos flutuam em minha mente enquanto olho as características dessa jovem extraordinária em minha frente.

A menina com vestes de época retribui o gracejo com uma saudação bem feita, que logo é interrompida por uma agitação inquietante. Ela move as mãos e as pontas dos dedos sem parar, inclina o corpo um pouco para frente, mas sem dar nenhum passo em sua direção.

- Sim! Respondendo a sua pergunta. Cheguei de viagem recentemente, na verdade, há poucas horas e estou muito perdida por aqui. Talvez poucos minutos, não teria como mensurar o tempo.

Ela recua ainda mais para perto do salgueiro e por conseguinte, do local com menos iluminação. Um gesto com a mão chama Yelena para mais perto.

- Você não quer ser minha amiga? Poderia me ajudar a me encontrar, o que acha? Basta chegar mais perto, venha, temos mais coisas em comum do que imagina, não quer descobrir?

Yelena sente o frio da noite e uma brisa noturna característica nessa parte da cidade. A lua se esconde entre densas nuvens e a luz deixa o local, nesse momento nem há mais a agitação de antes.

Agora é Yelena e a garota com roupas de época.

Faço um gesto com a cabeça confirmando a proposta  da jovem.
- Creio que não se apresentou minha jovem "amiga", como disse meu nome é Yelena Vlad nascida, criada neste belo vilarejo, a um bom tempo.

Com um gesto prendo meu cabelo para trás mostrando meus olhos de.cores diferentes sem me mover inclino a cabeça expressando uma resposta quanto ao nome da jovem.

"De fato ela parece ainda mais suspeita, será ela uma cainita", olho para as mãos e o pescoço dela a procura de sinais vitais, mais começo a  lembrar que nem eu estou simulando estar viva, "opa será se ela percebeu?".

Tento sorrir de maneira educada e parecer gentil a jovem.

- Me chamo Lucia, Lucia! Agora eu me lembro, sim, lembrei de algo importante, esse mundo é muito confuso, com pessoas confusas, isso acaba confundindo você, eu, as outras pessoas, e assim mais.

Lucia mexe os dedos e as mãos de forma repetida e frenética, como um tique nervoso, ela agora estende esses movimentos para a cabeça. Olhando para lá e para cá como se procurasse ou esperasse por algo.

- Acho que você não é a amiga que estou procurando, ela certamente já teria me dado um abraço para aplacar esse frio todo, e todas essas pessoas, eu não me sinto confortável.

Algo acontece no Cemitério Bellum, as pessoas que ali se encontram se assustam, e uma desordem generalizada toma conta do local. Pessoas correndo e vindo na direção de Yelena e Lucia.

Estendo a mão: - o minha amiga Lucia perdoe tamanha indelicadeza, nesse século jamais obtive tal tratamento.  Vou em direção a ela, tiro minhas luvas e oferecendo coloco em suas mãos.

- Pronto estou aqui com você  debaixo desse salgueiro, serei tua amiga hoje e para sempre. Agora que estou perto dela observo-a mais atentamente. Tiro o meu casaco e ofereço a ela.

- Lucia, tu sabe que extas acontecendo no cemitério?

Quanto mais próximo de Lucia, maior o frio, uma energia negativa toma conta de Yelena, um vazio absoluto e depois um temor fora do normal. A jovem Lucia fecha os olhos e se encolhe quando Yelena chega próximo, em uma posição fetal ela se abaixa e se encolhe mais ainda.

Yelena então observa ao redor, seus olhos de cores diferentes (heterocromia), o além do véu, o Cemitério Bellum com altas construções de criptas que não existem mais atualmente, mas ficaram gravados no mundo inferior.

Uma grande construção chama atenção mais que as outras, Yelena tem um vislumbre mesmo sem ter ativado qualquer poder concedido pelo clã da morte. Desta vez, ela vive uma manifestação voluntária da própria mortalha se afinando e lhe revelando estes detalhes.

Lucia então fala:
- A porta foi aberta, ela foi aberta, agora eu me lembro, a porta foi aberta!

Yelena é tomada por um Frenesi de terror, também conhecido como Rötshereck.
O jogador pode gastar 1 ponto de força de vontade para ignorar por uma cena, mas ainda deve interpretar o pânico que ameaça a besta interior, ou pode rolar sua força de vontade contra uma dificuldade 3.
Este pavor é projetado pela besta que tenta se preservar diante de todas as ameaças.
Força de vontade atual de Yelena, conforme a ficha, 4.
Caso decida gastar a força de vontade, deve indicar no início da resposta ao post; caso decida pela rolagem de dados, 4 dados normais contra dificuldade 3.

*OFF-GAME* jogadas de dados liberada. Caso necessário, o jogador pode solicitar ou o narrador a partir deste ponto.

Ao ver a grande construção, caio no chão, arranco a grama e começo a jogar na direção da menina, como se fosse algo que me defende -se ou mesmo me tira-se dali, sinto um pavor, um vento gelado quase palpável entrando em meus ossos, nunca tinha sentido algo assim.

"O porque não consigo gritar?, meus labios tremem, o porque estou no mundo inferior?

Tento me afastar mesmo sentada no chão olhando para a menina (sentada no chão',  se apoiando com as mãos me afasto de costa, olhando para a menina e a construção).