Biblioteca Central de Seattle

John sai e deixa Bob com bastante coisa para desenrolar, como disse, e disse muito bem John, esta missão é 75% parte de Bob. É talvez, o maior percentual que o vampiro tenha entregue nas mãos de terceiros, embora essa ideia de colocar sua cabeça em risco e depender de outro para o sucesso não seja sua premissa principal, neste caso é mais uma prova de confiança do Brujah e o carniçal.

Ele clica no link e um aplicativo tipo "maps" mostra a localização da Biblioteca Central de Seattle, uma construção moderna agora, mas é um lugar antigo que se tornou em uma obra de arte da cidade, e é fato, um lugar publico.

Sendo assim, John não vê problemas de se encontrar com um Malkaviano em um local público.




A arquitetura impressiona e o número de pessoas também, os livros ali dispostos em estantes, muita informação, deve ter de tudo aqui. A visão de John vai passeando pelo local até que observa, em um nível superior ao que está agora, o Malkav parado com as mãos para trás.

O malkaviano meneia a cabeça quando a visão de John o encontra, nesse momento o Brujah nem sequer imagina qual o motivo desse encontro em um lugar como este, a final de contas, Hypnos pareceu ser um aliado de Adrastreia, mas na mensagem ele mencionou que é um "sombra".

Hynos mantém um olhar sereno, como todo vampiro que recebe outro, essa tal serenidade é uma prudência necessária. Ninguém de fato conhece todo potencial do outro até este entrar em ação.

Assim, o Malkav manda o papo na lata.

⁣ — Preciso te levar até Lara Mendes, antes que possa decidir o que vai fazer, não seria inteligente conhecer melhor todas as versões de uma história? Não seria melhor saber antes de tomar partido?


O vampiro vira a cabeça para olhar para o outro, arqueia a sobrancelha e fica esperando uma resposta, ou talvez seja essa uma pergunta retórica?
O Malkav está com aquelas roupas tipo samurai antigo, de fato, olhando um pouco mais de perto ele tem sim alguma ascendência oriental.
As tatuagens em seu corpo mostram um traço da cultura, uma linda Gueixa retirando uma máscara de Raposa, uma nuvem de fumaça que encobre um templo ao fundo sob uma lua minguante, tudo bem colorido e bem encaixado.

⁣ — Como lhe mencionei, sou um Sombra. Sou mais velho e mais experiente que os demais, estou um patamar a cima das Ancilas, e só respondo ao nível acima. Estou acompanhando de perto o movimento de algumas cotories.

Para John, nada disso é estranho, afinal de conta é a porra da Camarilla, ninguém sai por aí fazendo e acontecendo sem que tenha algum filho da puta, tipo o Hypnos, para reportar ou intervir, se for necessário.
Esse também é o tipo de cara, que se você conseguir ter “moedas de troca” para negociar, certamente vai abrir algumas portas e evitar certos probleminhas.

Neste momento, esta é a localização atual dos dois vampiros na Biblioteca Central.

Hypnos pega o aparelho da mão de John, ouve com atenção as questões levantadas pelo Anarch. Ele faz um sinal de positivo com a cabeça ao analisar o que o Brujah falou, e quase esboça um sorriso quando ele fala sobre espionagem.

- Vamos até outro lugar, essa conversa não deve acontecer aqui, e sim, quanto a "CAM" saber sobre você. O William Grant é quem manda por aqui, ele é diplomático e tolerante, ele se mostrou bem sensível a sua empreitada.

Há uma escada rolante próximo, ele se encaminha e faz um gesto com a cabeça para que o siga. Hypnos desmonta o aparelho rapidamente e destrói o chip, joga os restos numa lata de lixo. Ele limpa as mãos ao terminar e espia dentro da lata, então volta seu olhar ao Brujah.

Não há tantas pessoas subindo pela escada, na verdade, há mais pessoas descendo, o local na totalidade tem uma boa iluminação, há câmeras, é um local moderno com certeza. Livros, computadores, mesas, cadeiras, obras de arte, e gente de todo o tipo e idade andando para lá e para cá.

Os dois vampiros parados ali se envolvem em um jogo de poder maior, os dois tem certeza de que os anciões são as torres nesse jogo de xadrez e que eles são meros peões.

Hypnos balança a cabeça positivamente quando se refere a ter tomado as "preocupações" necessárias para um ambiente seguro. Direto e objetivo, ele responde quase que imediatamente as perguntas de John.

- Quanto ao lugar e nossa segurança, posso garantir que temos um ambiente controlado, não ousaria falar que estamos totalmente seguros, visto que essa afirmação é leviana, da mesma forma como ninguém está pronto para tudo, mas isso você sabe bem!

Ele se encaminha para escada rolante colocando as mãos para trás e adotando uma postura de anfitrião.

- Não precisa ficar tanto na defensiva, a vista é melhor do outro andar e lá teremos mais privacidade para falar, quero tentar te convencer que seu encontro com Lara pode ser produtivo.

Subindo as escadas lentamente, Hypnos segue ouvindo atentamente tudo que o Anarch diz. Ele não emite reações claras, não é também uma postura vazia, se ele tem algum desconforto nessa situação ele sabe bem esconder isso de John.

Há entre os dois vampiros um respeito pelo trabalho que cada um realiza, afinal, John não estaria aqui se não tivesse credenciais para isso e da mesma forma Hypnos não estaria conduzindo esse jogo se não o fosse.

- Você está certo sobre quase tudo, mas este jogo de poder não é meu, não sou eu quem dita as regras dele ou as muda se achar necessário e sim o Principado.

Desta vez ele deixa escapar uma reação, um olhar de espanto ao ouvir as conclusões de John. Nesse momento estamos quase no outro nível da biblioteca.
Lá em cima a imagem vai se relevando a cada segundo, o que da para ver é um piso extremamente limpo e uma poltrona que está fora de lugar, da para perceber isso claramente, há dois homens em pé ao lado da poltrona.
Uma figura está sentada na poltrona confortavelmente, um homem de fato, cada segundo ajuda a entender melhor a cena, mas falta alguns degraus até chegar ao patamar do piso.

- Seu entendimento da política é exemplar, devo dizer, ou pelo menos das teorias de conspiração. Há pouco me perguntou mais sobre Grant, e já entendeu um pouco do jogo, agora eu dou razão a seu instinto de preservação.

Chegando ao piso a cima, a cena é a seguinte: há um homem sentado na poltrona, esta foi arrastada para distante do seu lugar de origem, a direta há dois outros homens com cara de segurança de loja ou agentes do FBI, e entre eles há outro indivíduo sentado em uma cadeira da biblioteca, ele está olhando fixamente para o chão.

Diante de John e Hypnos está um homem negro, de porte físico exemplar, vestido em uma roupa que não parece combinar com seu estilo pessoal, seus olhos amarelados relevam de cara sua natureza vampírica.

Encostado na poltrona, ele tem bem próximo a ele um homem com um capuz que se encontra de joelhos, os dois outros homens em pé são exatamente idênticos, gêmeos talvez, mesma roupa, mesmo corte de cabelo, mesmo queixo quadrado.


Postados ali, ao lado, há um homem que está de joelhos. Deste se sabe pouco, há um capuz preto e uma corda que o enlaça os braços para trás, uma fita laminada lacra sua boca deixando apenas escapar uma respiração ofegante e um ruído abafado.

O homem sentado na poltrona direciona o olhar aos próximos dois chegando, Hynos então começa a falar, rompendo o clima tenso que se espalhou rapidamente no ambiente.

— Boa noite, xerife. Este é John Bryan.

A curta frase é o suficiente para atrair toda a atenção do homem na poltrona, as palavras de Hynos relevam que ele é o xerife da cidade. O cargo de xerife é uma formalidade da Camarilla para designar um vampiro que tem o poder para parar ofensivas antes mesmo que elas criem algum ruído para o principado.

Geralmente, é uma função que permite julgar as coisas de forma menos burocrática, assim é dito por alguns, que os xerifes são responsáveis pela execução das tradições. A posição de xerife pode parecer abertamente física, mas requer astúcia e muita sensibilidade política.

— Eu me chamo, Sebastian Blake. E gosto das coisas bem claras, você sabe o porquê o chamei até aqui esta noite?